"A LBCF estará, na próxima segunda-feira, acertando uma parceria referente à um ginásio para o treinamento das equipes Sub-12 (masculino e feminino) e Sub-13 (masculino e feminino). Vamos realizar o nosso projeto pioneiro das Peneiras Itinerantes. Através de workshops direcionados para essas faixas etárias, visitaremos todas as escolas de Cabo Frio e região. Nosso diretor-técnico fará a triagem dos talentos que forem surgindo e direcionando para esse local, aonde haverá atividades diárias de aperfeiçoamento e excelência. Vamos contratar o prof. Daniel Barroso, que se destacou no Projeto Mini-Basquete Itinerante e participou da Clínica de Teresópolis, ministrada pelo experiente técnico Deraldo Nascimento, e iniciar a preparação das equipes que irão à Novo Hamburgo (RS), em julho, para representar Cabo Frio no Encontro Sul-Americano de Basquete", afirmou Kroll, muito motivado com o início das atividades regulares da Liga.
"Ontem foi aniversário do Sérgio e quem vai ganhar um presente especial será o basquete de Cabo Frio. Ele se desincompatibilizou com o Projeto Gibi. que comandava no Rio de Janeiro, e está de volta, integralmente, à Cabo Frio. Em março, a LBCF começa a receber uma subvenção de R$ 8.000,00 / mês da Prefeitura e temos condições de contratar um diretor técnico dessa envergadura. Torço muito para que ele aceite a nossa proposta. A contratação do Daniel também será vital para o sucesso do projeto. Vamos massificar o basquete através dos workshops e filtrar os talentos através dessas turmas especiais. Tanto o Sérgio, como o Daniel, já trabalham no Projeto Novo Cidadão, da Prefeitura de Cabo Frio, e sempre estarão convivendo com toda a iniciação ao basquete na cidade. Nosso projeto está muito bem fundamentado", finalizou Kroll.
VEJAM A SÍNTESE DA CARREIRA DE SÉRGIO MACARRÃO COMO ATLETA
Publicada no site oficial da Confederação Brasileira de Basketball
Texto publicado por Rui Moura no blog MUNDO BOTAFOGO
Sérgio Macarrão: uma lenda do basquetebol
Sérgio Toledo Machado, o ‘Macarrão’, nasceu a 24 de Fevereiro de 1945, no Rio de Janeiro. Sérgio Macarrão foi um basquetebolista de 1,91m. de altura, iniciado no Botafogo, na posição de ala, que jogou posteriormente no Vasco da Gama (RJ), São Caetano (RS), Fluminense (RJ), Flamengo (RJ), Municipal (RJ) e, finalmente, no Mackenzie (SP), clube onde terminou a carreira em 1981.
Sérgio Macarrão, único medalhista olímpico da história do Botafogo de Futebol e Regatas, foi vice-campeão mundial pelo escrete canarinho e ex-jogador de todos os quatro grandes do Rio de Janeiro.
Curioso é saber que o próprio Macarrão, tio de Marcelinho (ex-Botafogo) e Duda Machado, começou no futsal e só foi jogar basquetebol na adolescência. “Até os 15 anos, joguei futebol de salão, mas fiquei muito grande para isso, e eu também era um pouco medroso, porque era muito comprido e muito magrinho – não era “Macarrão” à toa”.
Sérgio tinha um primo mais velho, chamado Amauri, que era goleiro do futebol de campo do Botafogo, jogador de water pólo e de basquetebol. Numa reunião de Natal, ele disse para Sérgio Macarrão: “Vai jogar basquete no Botafogo!”.
E, conta o próprio, um dia com “meu irmão (Renê, pai de Marcelinho e Duda) e um primo, fomos ao Botafogo. Chegamos ao Botafogo no dia 28 de agosto, e cinco dias depois, dia 3 de setembro, eu já estava jogando no juvenil. Eu era compridinho, pulava muito, o técnico já gostou de mim e me colocou no time. Em uma semana, deixei de ser jogador de futsal para ser jogador de basquete.”
Com 16 anos de idade, a disputar já o campeonato brasileiro adulto, Sérgio Macarrão “estava num time com quatro campeões mundiais: Fernando Brobró, Valdir Bocardo, José Maciel Senra (Zezinho) e Fritz, tinha o Renê Salomão, titular da Seleção Brasileira, que não foi campeão do mundo por acaso… E aquele molequinho de 16 anos no banco.”
A convocação para o escrete canarinho chegou aos 19 anos. Wlamir Marques, “no dia do último treino, a gente disputando a última vaga para ir à Olimpíada (…) o Wlamir me chamou no canto, eu era um menininho só, sentou do meu lado e disse, ‘Olha, moleque, treina com vontade hoje que você vai pra Olimpíada’. Eu disse, ‘Ah, você tá de sacanagem comigo’. Ele respondeu ‘Não, não estaria falando contigo à toa. Bota para f…, pois você está na briga e no que eu puder, vou te ajudar’. (…) Quando terminou o treino, eu tinha certeza que eu ia e não deu outra. O Renato cortou todo mundo e me levou.”
Mais tarde, Macarrão saiu para o Vasco da Gama para ganhar o dinheiro que no Botafogo não ganhava. Embora fosse originalmente torcedor do Fluminense, ele conta apaixonadamente a sua relação com o Botafogo: “Eu sou cria do Botafogo. (…) Quando eu saí do Botafogo pra ir para o Vasco, os clubes romperam relações. Na sala de imprensa do Botafogo, tinham duas fotografias, uma do Mané Garrincha e uma do Macarrão com a medalha olímpica de 1964. Dizem que aquela fotografia foi quebrada, destruída quando eu fui ganhar dinheiro no Vasco. Então, essa passagem de amador para ganhar dinheiro foi meio traumática. Depois que eu saí do Botafogo – não foi erro, eu tinha que sair de lá para fazer minha vida no basquete – mas nunca mais encontrei um Botafogo, o basquete mudou, porque o Botafogo, para mim, era minha casa.”
Sérgio Macarrão, único medalhista olímpico da história do Botafogo de Futebol e Regatas, foi vice-campeão mundial pelo escrete canarinho e ex-jogador de todos os quatro grandes do Rio de Janeiro.
Curioso é saber que o próprio Macarrão, tio de Marcelinho (ex-Botafogo) e Duda Machado, começou no futsal e só foi jogar basquetebol na adolescência. “Até os 15 anos, joguei futebol de salão, mas fiquei muito grande para isso, e eu também era um pouco medroso, porque era muito comprido e muito magrinho – não era “Macarrão” à toa”.
Sérgio tinha um primo mais velho, chamado Amauri, que era goleiro do futebol de campo do Botafogo, jogador de water pólo e de basquetebol. Numa reunião de Natal, ele disse para Sérgio Macarrão: “Vai jogar basquete no Botafogo!”.
E, conta o próprio, um dia com “meu irmão (Renê, pai de Marcelinho e Duda) e um primo, fomos ao Botafogo. Chegamos ao Botafogo no dia 28 de agosto, e cinco dias depois, dia 3 de setembro, eu já estava jogando no juvenil. Eu era compridinho, pulava muito, o técnico já gostou de mim e me colocou no time. Em uma semana, deixei de ser jogador de futsal para ser jogador de basquete.”
Com 16 anos de idade, a disputar já o campeonato brasileiro adulto, Sérgio Macarrão “estava num time com quatro campeões mundiais: Fernando Brobró, Valdir Bocardo, José Maciel Senra (Zezinho) e Fritz, tinha o Renê Salomão, titular da Seleção Brasileira, que não foi campeão do mundo por acaso… E aquele molequinho de 16 anos no banco.”
A convocação para o escrete canarinho chegou aos 19 anos. Wlamir Marques, “no dia do último treino, a gente disputando a última vaga para ir à Olimpíada (…) o Wlamir me chamou no canto, eu era um menininho só, sentou do meu lado e disse, ‘Olha, moleque, treina com vontade hoje que você vai pra Olimpíada’. Eu disse, ‘Ah, você tá de sacanagem comigo’. Ele respondeu ‘Não, não estaria falando contigo à toa. Bota para f…, pois você está na briga e no que eu puder, vou te ajudar’. (…) Quando terminou o treino, eu tinha certeza que eu ia e não deu outra. O Renato cortou todo mundo e me levou.”
Mais tarde, Macarrão saiu para o Vasco da Gama para ganhar o dinheiro que no Botafogo não ganhava. Embora fosse originalmente torcedor do Fluminense, ele conta apaixonadamente a sua relação com o Botafogo: “Eu sou cria do Botafogo. (…) Quando eu saí do Botafogo pra ir para o Vasco, os clubes romperam relações. Na sala de imprensa do Botafogo, tinham duas fotografias, uma do Mané Garrincha e uma do Macarrão com a medalha olímpica de 1964. Dizem que aquela fotografia foi quebrada, destruída quando eu fui ganhar dinheiro no Vasco. Então, essa passagem de amador para ganhar dinheiro foi meio traumática. Depois que eu saí do Botafogo – não foi erro, eu tinha que sair de lá para fazer minha vida no basquete – mas nunca mais encontrei um Botafogo, o basquete mudou, porque o Botafogo, para mim, era minha casa.”
Sérgio faz um gancho pelo Botafogo (foto do acervo pessoal)
Pelo Botafogo Macarrão foi apenas vice-campeão carioca e vencedor do Torneio Início em 1965. Ele conta como aconteceu não ter sido campeão brasileiro com o Botafogo: “No dia que eu fui para o Vasco, o Botafogo ficou aborrecido, foi lá e tirou todo mundo do Vasco. Aí foram campeões brasileiros do adulto, foram jogar campeonato mundial de basquete, tudo porque o Macarrão tinha saído para o Vasco, e tirou três ou quatro jogadores deles. Aí eu continuei sendo vice-campeão (risos).”
Macarrão mudou muito de clube, mas o irmão continuou jogando no Botafogo, e o pai “era diretor social do Botafogo”. O atleta saía do treino do Vasco e ia para o Botafogo. “Eu entrava no Botafogo às 14h e saía às 23h, conhecia todo mundo, do porteiro ao jogador de futebol. Na época, os jogadores do futebol namoravam as garotas do basquete, todo mundo ia ver o futebol jogar, era amigo de todo mundo, viajava junto. (…) Eu depois fui jogar no Fluminense, que era meu clube de coração de futebol, e embora eu fiquei muito feliz de estar lá, não era a mesma coisa do Botafogo, que era família mesmo.” No Botafogo, enquanto lá esteve, Macarrão “jogava basquete, fazia salto em altura, namorava uma garotinha do voleibol, treinava pólo aquático na piscina, então era uma família inacreditável.”
Uma das histórias mais impressionantes de Sérgio Macarrão é acerca de Garrincha. Acerca do modo como os laterais ‘batiam’ em Garrincha durante toda a partida. E como se percebe que foi por causa destes laterais que a carreira de Garrincha terminou precocemente devido aos joelhos macerados de tanta pancada – que os árbitros não puniam. Leiam a história narrada por Sérgio Macarrão, o mais botafoguense dos torcedores fluminenses:
“Um dia eu fui ver o Botafogo enfrentar o Fluminense no Maracanã, nos anos 60, e o Altair, que era meu ídolo, lateral-esquerdo, marcava o Garrincha. Eu era amigo de todo mundo, e todos sabiam que eu ia para social do Botafogo para torcer pelo Fluminense, mas ‘como era o Serginho, deixe ele ali que não tem problema’ (risos). O Altair acabou com o Garrincha naquele dia, mas quando tava acabando o jogo, faltando dois ou três minutos, o Garrincha passou cinco vezes pelo Altair, rolou para o Amarildo, que botou para dentro, 1 a 0 Botafogo. Todo mundo me sacaneou… Aí, o Dr. Ney Cidade Palmeiro (presidente do Botafogo entre 1964-67) saiu lá de atrás, me chamou, me pegou pela mão e levou ao vestiário do Botafogo. Cheguei lá, estava o Garrincha sentado, sendo costurado, com dois ou três cortes de 3cm em cada perna, mais três hematomas de dois dedos em cada perna. O Ney disse: ‘Vim te apresentar ao Garrincha para ver se você ainda acha que o Altair é muito bom’… E o Mané disse: ‘Isso daí é porque ele é meu amigo, hein! Porque quando não é o Altair, é muito pior do que isso’… Eu reconheci: ‘Você é um leão mesmo’…”.
Macarrão mudou muito de clube, mas o irmão continuou jogando no Botafogo, e o pai “era diretor social do Botafogo”. O atleta saía do treino do Vasco e ia para o Botafogo. “Eu entrava no Botafogo às 14h e saía às 23h, conhecia todo mundo, do porteiro ao jogador de futebol. Na época, os jogadores do futebol namoravam as garotas do basquete, todo mundo ia ver o futebol jogar, era amigo de todo mundo, viajava junto. (…) Eu depois fui jogar no Fluminense, que era meu clube de coração de futebol, e embora eu fiquei muito feliz de estar lá, não era a mesma coisa do Botafogo, que era família mesmo.” No Botafogo, enquanto lá esteve, Macarrão “jogava basquete, fazia salto em altura, namorava uma garotinha do voleibol, treinava pólo aquático na piscina, então era uma família inacreditável.”
Uma das histórias mais impressionantes de Sérgio Macarrão é acerca de Garrincha. Acerca do modo como os laterais ‘batiam’ em Garrincha durante toda a partida. E como se percebe que foi por causa destes laterais que a carreira de Garrincha terminou precocemente devido aos joelhos macerados de tanta pancada – que os árbitros não puniam. Leiam a história narrada por Sérgio Macarrão, o mais botafoguense dos torcedores fluminenses:
“Um dia eu fui ver o Botafogo enfrentar o Fluminense no Maracanã, nos anos 60, e o Altair, que era meu ídolo, lateral-esquerdo, marcava o Garrincha. Eu era amigo de todo mundo, e todos sabiam que eu ia para social do Botafogo para torcer pelo Fluminense, mas ‘como era o Serginho, deixe ele ali que não tem problema’ (risos). O Altair acabou com o Garrincha naquele dia, mas quando tava acabando o jogo, faltando dois ou três minutos, o Garrincha passou cinco vezes pelo Altair, rolou para o Amarildo, que botou para dentro, 1 a 0 Botafogo. Todo mundo me sacaneou… Aí, o Dr. Ney Cidade Palmeiro (presidente do Botafogo entre 1964-67) saiu lá de atrás, me chamou, me pegou pela mão e levou ao vestiário do Botafogo. Cheguei lá, estava o Garrincha sentado, sendo costurado, com dois ou três cortes de 3cm em cada perna, mais três hematomas de dois dedos em cada perna. O Ney disse: ‘Vim te apresentar ao Garrincha para ver se você ainda acha que o Altair é muito bom’… E o Mané disse: ‘Isso daí é porque ele é meu amigo, hein! Porque quando não é o Altair, é muito pior do que isso’… Eu reconheci: ‘Você é um leão mesmo’…”.
Sérgio agachado, 1965 (foto do acervo de Claudio Falcão)